Cabine número 1

Hogwarts, aí vou eu!!

 Esse era um dia especial para mim, era o dia de minha partida para Hogwarts. Infelizmente, ou felizmente, meus pais não poderiam ir comigo. No dia da viagem eu apanhei uma única mala, na qual eu consegui arrumar as minhas coisas, a gaiola nova que eu comprei para Ártemis, e parti para a estação na qual eu iria embarcar no Expresso de Hogwarts. Quando eu cheguei à estação, o trem já estava ali. Apenas me dirigi até ele, quando ia entrar, um funcionário disse que eu deveria deixar minha mala com ele, então a abri, peguei algum dinheiro e a fechei. Vendo que não havia esquecido nada, entreguei a mala ao funcionário, que anotou meu nome nela, e logo em seguida a levou a um vagão que já estava com uma boa quantidade de malas, então eu peguei a gaiola de Ártemis, e entrei no trem. Parei no primeiro vagão, que estava vazio, e decidi me acomodar por ali mesmo. Fui até uns dos primeiros acentos que a cabine possuia, coloquei a gaiola de Ártemis em um canto, de jeito que não atrapalhasse ninguém, e me sentei do lado da janela, olhando as várias pessoas que estavam lá fora. Era  animador pensar que em pouco tempo eu estaria em Hogwarts.

Oi ^^

   Enquanto eu olhava para o lado de fora do vagão, observando mais uma das estações pela qual o expresso estava passando, vi algumas poucas pessoas entrarem no trem, a despedida das que entraram, e fiquei pensando em como teria sido minha despedida caso meus pais tivessem vindo comigo. Mas sai de meus pensamentos quando vi que uma garota havia entrado no vagão. Fiquei um pouco constrangido quando ela veio em minha direção, mas me mantive firme, eu queria ser mais comunicativo do que eu era naturalmente. Respondi, -Oi-, quando a garota me cumprimentou, e dei um sorriso um pouco largo, porque eu estava feliz, já que não teria mais de ficar sozinho ali. Eu esperei a garota se acomodar, e antes que eu pudesse dizer alguma coisa, ela perguntou o meu nome, as palavras saíram um pouco emboladas, mas eu consegui entender. Eu entendia um pouco do que a garota estava sentido. Fazer amigos não era meu forte também, a maioria das vezes alguma coisa dava errado. E após me perder um pouco em meus pensamentos, eu respondi a garota:
-Me chamo Peter, e você?- E logo emendei outro assunto. - Nervosa para a chegada em Hogwarts?

Estamos quase lá...

we can easily forgive a child who is afraid of the dark, the real tragedy of life is when men are afraid of the light. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ♥

Hogwarts, finalmente! Eu estava tão ansiosa que sentia que minha alma poderia sair voando de minha boca. O malão, que eu tinha terminado de arrumar nos últimos minutos possíveis, já se encontrava dentro do porta malas do carro de meu pai e minha recém comprada coruja, Fuligem, também estava lá, mas no banco onde eu iria sentar, obviamente. Minha mãe não conseguiria ir conosco, o que era uma pena, mas tudo o que isso significava era que eu teria que apenas adiantar nossa alegre despedida. Ela estava muito contente, talvez não tanto quanto eu, mas bastante.

Por meu pai, nós teríamos aparatado. Ele não é muito fã de dirigir, realmente. Mas aparatar perto de tantos trouxas não era uma coisa muito segura. De qualquer jeito, foi bom conversar com ele durante o curto trajeto. Fazia tempo que eu não conversava com meu pai assim. Eu sentia como que nossas falas fossem um alongamento da despedida. Quando chegamos à King’s Cross, ele não encontrou um lugar para estacionar o carro, então tivemos que dar as despedidas finais dentro do carro mesmo. Paramos rapidamente apenas para retirar minha mala, e, quando ele se foi, continuei meu caminho sozinha. Eu sabia o que fazer para passar para a Estação, já que meus pais tinham me dado essa indicação milhões de vezes. O fiz, passando rapidamente pela parede que dividia a estação 9 da 10.

A primeira coisa que fiz ao ver a grande locomotiva vermelha foi pular por dentro. Deixei que um pequeno sorriso bobo tomasse conta de mim enquanto eu embarcava minha bagagem. Deixei Fuligem no compartimento para animais, me despedindo dela brevemente com um aceno e lhe falando mentalmente que isso logo acabaria. Animais são seres tão maravilhosos, companheiros que nos ouvem e entendem, de certo modo, nossa situação... Muito útil para desabafar.

Eu levava comigo uma mochila, onde guardava as vestes que precisaria trocar em breve e alguns gibis, caso ficasse entediada durante o trajeto, além de um IPod cheio de minhas músicas favoritas e alguns galeões para o lanche. Um kit de viajem perfeito. Fui em direção ao vagão da Grifinória e procurei por cabines. Eu realmente não queria ficar sozinha, era horrível se sentir excluída. Fui em direção a uma em que já haviam algumas pessoas. Abri a porta da cabine e pedi aos alunos que ali se encontravam,  com um leve tom de vergonha. –Hum... Se importam se eu ficar aqui com vocês?-

Estamos quase lá...

we can easily forgive a child who is afraid of the dark, the real tragedy of life is when men are afraid of the light. - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - ♥

Pouco depois que eu fiz a pergunta, uma menina de cabelos castanhos e olhos bem azuis me permitiu a entrada. Sorri sem mostrai os dentes enquanto entrava no local e colocava minha mochila sobre um dos confortáveis bancos do local e me sentando ao lado da mesma. Pelo visto, esta menina recém citada e o outro aluno ali presente, um menino de cabelos escuros, estavam começando uma conversa e ela estava se apresentando como Annie. Logo em seguida me perguntou como me chamava, e logo pediu desculpa pela indelicadeza. Isso me fez franzir levemente a testa. Não sentia que a companheira de cabine estava sendo indelicada, mas prossegui de qualquer maneira.

-Eu sou Margareth, mas me chamem da Maggie se quiserem viver.- Brinquei. Na realidade, eu gostava muito do meu nome, mas meu apelido me atraia bem mais e, como eu era chamada deste desde que eu era pequenina, então eu era mais acostumada com ele. Dei de ombros sobre o comentário que ela tinha feito anteriormente sobre sua indelicadeza. –Não acho que esteja sendo indelicada.- Transmiti meus pensamentos. Falar o que acha em relação as coisas sempre foi para mim uma boa forma de formar amizades. Apoiei minhas costas no banco onde estava sentada e olhei para as pessoas ao meu redor. –Desculpa, não ouvi teu nome, pode repetir, por favor?- Pedi ao menino que nos acompanhava, novamente sendo sincera.