Cabine número 1

Depois de uma compra corrida no Beco Diagonal, minha mãe, minha irmã e eu seguimos correndo para a estação, passando rapidinho no castelo para buscar nossos malões. Passamos apressadas pela Estação de King’s Cross, sempre apinhada de trouxas que nos observavam, até que chegamos à parede que dava acesso à Plataforma 9 ¾. Esperei o sinal de minha mãe que não tinha ninguém olhando e corri com minha bagagem, ultrapassando a parede e me deparando com uma plataforma cheia de bruxos e bruxas com carinhos iguais ao meu e, à minha frente, um gigantesco trem que já apitava anunciando que logo partiria. Olhei para o lado e vi minha irmã tão impressionada quanto eu. Sorrimos uma para a outra e, ao sinal de nossa mãe, fomos despachar as bagagens no último vagão. Se seguiu uma despedida chorosa, cheia de recomendações de minha mãe que, claro, não tinha esquecido do Allan. Depois de muitos beijos e abraços, entramos no trem, acenando para ela da janela e eu fui procurar uma cabine para entrar. Andava distraída, quando esbarrei em alguém que eu logo reconheci como meu tio Viktor. O ignorei totalmente, lhe lançando um olhar frio e segui para uma porta aberta, vendo Allan sentado em uma cadeira próxima. Sorri, me sentando ao lado dele. – Oi...posso ficar aqui com você?